O timo é uma glândula do sistema
endócrino, como a tiróide, mas é como aquele colega que trabalha discretamente
no canto da sala, tão dedicado e competente quanto os outros, tão sossegado que
se apequena e ninguém lhe presta a atenção merecida e necessária.
E onde fica? Entre os pulmões e atrás
do esterno, o fiel escudeiro do coração. Foi-lhe prestada pouca atenção porque
o timo vai diminuindo o seu tamanho quando nos tornamos adultos e, por ter a
capacidade de aumentar quando estamos contentes e de encolher quando estamos
tristes ou doentes. Como muito do avanço da Medicina ao longo dos tempos foi
feito através de autópsias, o timo foi passando despercebido, ou porque os
seres autopsiados tinham muita idade, ou estavam doentes, ou andavam tristonhos
com a vida.
Mesmo encolhendo na vida adulta,
o timo mantém-se perfeitamente activo e tem um papel fundamental na imunidade.
É muito sensível a qualquer alteração e rápido a enviar soldadinhos prontos a
atacar, em caso de invasão bacteriana ou viral. Também é particularmente
sensível a imagens, cheiros, sabores, toques, sons, pensamentos e palavras. E
se estes não forem positivos, o timo enfraquece, criando a oportunidade de
aparecerem aquelas chatices típicas de quando estamos com as defesas em baixo,
como os resfriados ou o herpes, por exemplo.
Como terapeuta, mesmo fora do
trabalho, dou por mim, inevitavelmente, a observar as posturas e daí parto para
raciocínios clínicos, para a criação de hipóteses, imagino as possíveis dores
ou tensões, a má-digestão, a ira ou a tristeza contida, aquilo que o corpo
físico deixa transparecer, sem filtro, sem a vergonha de que a mente sofre.
E quando vejo peitos tão
fechadinhos, em que os esternos se afundam, formando um autêntico buraco, onde
pode caber uma bola de ténis…ou os esternos tão pronunciados que parecem
armaduras defensivas, rígidos, inflexíveis…ou as curvas dorsais muitos
acentuadas, a famosa marreca, os ombros rodados para a frente, que fecham o
peito e retiram espaço às estruturas lá contidas, ponho-me a imaginar
coisas…uma delas é precisamente como andará o timo, apertadinho, apertadinho,
preso num caixa torácica rija, sem espaço, mirrado.
Despertou em si a correlação que existe entre a postura e as funções orgânicas? Alguma destas descrições posturais mostra-se-lhe familiar? Então, está na hora de lhe dedicar atenção. Melhorando a postura podemos melhorar
a actividade desta preciosa glândula, abrindo o peito, rodando os ombros para
trás, criando espaço. Com exercício físico ou com a ajuda de um entendido na
matéria.
A vibração também parece ser muito positiva para o timo, há quem sugira umas pancadinhas com os nós dos dedos no esterno ou imagine-se, cantarmos! Gosto particularmente desta sugestão, bem ou mal, levo os dias a cantarolar. Soltem-se os rouxinóis e aproveite-se a Primavera!
Muito bem descrito e escrito! Gostei, continua, sempre!
ResponderEliminarOutro artigo muito útil, que nos vem alertar para a existência de defesas esquecidas.
ResponderEliminarAquela tua sugestão de cantar está, afinal, consagrada na dita sabedoria popular com o dito 'Quem canta seus males espanta'.
Obrigado.
Obrigada, tio. Uma amiga lembrou-me do Tarzan, fazia dois em um, gritava enquanto dava umas pancadinhas no peito.
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