quarta-feira, 26 de abril de 2017

O Ioga é para sempre

yogadogz.com

Já pratico ioga há três anos e não será arriscado dizer que pretendo fazê-lo para o resto da minha vida. Mais ou menos como se o ioga me tivesse pedido em casamento e eu tivesse dito, sim!

Vamos ganhando força e flexibilidade, as posturas vão sendo mais acessíveis, mas há sempre algo mais a alcançar, algo a descobrir no nosso corpo. Por isso, podemos praticá-lo para sempre, a postura impossível de ontem, é a possível e dolorosa de hoje, a possível e confortável de amanhã, e assim se continua no tempo, na descoberta de novos limites do corpo, que são os de cada um e os de cada dia.

Sim, os de cada dia, porque o corpo é dinâmico e se em alguns dias a aula flui e até parece fácil, noutros, as mesmas sequências podem ser desesperadamente difíceis. Mais ou menos como tudo o que é para sempre.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A Importância dos Dedos dos Pés - Dica

No último post falei da utilização de saltos altos, um texto mais direcionado para as mulheres. Este é para toda a gente, mulheres e homens, mais novos e mais entradotes, que usem saltos ou não.
Há várias partes do nosso corpo que esquecemos, uma delas são os dedos dos pés. Apesar de ser terapeuta há uns anos, só quando estudei as Cadeias Fisiológicas é que me apercebi da importância dos dedos dos pés. Dos dedos dos pés dos meus pacientes, porque da importância dos meus dedos dos pés, só me apercebi verdadeiramente depois de ter começado a praticar ioga.
Os dedos dos pés vivem apertados dentro de sapatos, mesmo nos sapatos confortáveis e espaçosos, e esta falta de espaço constante fá-los viverem coladinhos, quase como siameses. Alguns podem perguntar e para que servem os dedos dos pés? Tornam o apoio dos pés mais rico, dão-nos maior habilidade em equilibrarmo-nos, um andar mais correcto, por exemplo.
Consegue afastar os seus dedos dos pés uns dos outros? Se sim, pode continuar a ler e apostar na dica que se segue. Senão, este post é feito para si!
Experimente entrelaçar cada dedo da mão entre cada dedo do pé, da mesma forma como entrelaçamos os dedos das mãos uma na outra. No princípio, pode ser doloroso e difícil, pode sentir muita pressão dos dedos dos pés contra os das mãos, ou até mesmo a sensação de que a pele vai estalar. Não desista, à medida que for praticando será cada vez mais fácil e menos doloroso.



Pode fazer num pé de cada vez ou os dois ao mesmo tempo. Tente manter esta posição durante um minuto.

Este exercício pode ser altamente benéfico para quem sente dormências nos dedos ou nas almofadinhas do pé, para quem sofre de joanetes ou alguma vez partiu um qualquer dedo do pé, ainda que o dedo pequenino.
Fique em pé, sinta os seus pés, o apoio que fazem no chão. Faça o exercício/dica e depois fique novamente em pé. Sinta as diferenças do antes e depois.
Partilhe nos comentários o que sentiu ao experimentar esta dica e não hesite em esclarecer qualquer dúvida que possa ter. Parta à descoberta dos seus pés

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Hoy ha calzado tacones para hacer sonar sus pasos*

Imagem do Pinterest

Sempre achei impressionante como tantas mulheres conseguem andar em cima de uns quantos centímetros, às vezes fininhos e instáveis, pela traiçoeira calçada portuguesa, rua acima, rua abaixo. Torna-se verdadeiramente incrível quando o fazem elegantemente!

Por curiosidade fiz uma ligeira pesquisa sobre a origem dos saltos altos. Apesar de não se saber exatamente quando e onde surgiram, os saltos não foram sempre exclusivos da mulher e, no início, eram usados com propósitos utilitários pouco glamourosos. O enorme sucesso estético parece ter acontecido, também entre os homens, nas cortes gaulesas. E eram de tal forma associados a poder e privilégio social, que deixaram de ser tendência após a Revolução Francesa.

Aprecio esteticamente sapatos de saltos altos, muito mais nas outras do que em mim, por isso confesso que me encho de alegria quando vejo desfiles de Alta Costura de marcas como a Valentino ou a Dior, do princípio ao fim com sapatos rasos, sim, vestidos de princesa com sapatos rasos!

Voltando aos saltos altos, porque é que tantas mulheres gostam de os usar?

Fiz esta pergunta a algumas amigas e pacientes, que se movimentam em cima dos saltos em total mestria, e todas responderam que se sentiam mais elegantes. Quase todas disseram que os saltos altos as faziam sentir-se mais confiantes, seguras e decididas. Por isso, o título do post, retirado de uma música da nuestra hermana Bebe (*Ella, do álbum Pafuera Telarañas).

O que acontece quando se sobe uns centímetros em cima dos saltos? O centro de gravidade altera-se para cima e para a frente e isso obriga a reajustes posturais, quanto mais altos forem os saltos, maior o reajuste. Esta alteração pode fazer aumentar a curvatura lombar, evidenciando as curvas femininas. Talvez por isto, os saltos altos estejam muitas vezes associados à sensualidade. Para algumas mulheres este aumento da curvatura lombar até pode ser benéfico.

Estar em cima de saltos altos é mais ou menos a mesma coisa do que estar na ponta dos pés, porque dependendo da altura dos saltos, pode ser quase impossível ter apoio nos calcanhares. O peso fica maioritariamente nas almofadinhas dos pés e nos dedos e esta posição pode fazer acentuar o joanete, que tem um nome técnico engraçado, hallux valgus. Na minha visão, os joanetes não aparecem pela utilização de saltos altos, mas para quem já tem tendência para esta deformidade articular, de facto, a posição em que dedo grande fica não é favorável.

Para os músculos da barriga da perna e para o tendão de Aquiles, a tarefa também é exigente, uma vez que ficam permanentemente ativos e podem perder alguma flexibilidade. É por isso que algumas mulheres que usam predominantemente saltos altos, têm dificuldade em usar sapatos rasos, os gémeos estão tão encurtados que ter os calcanhares apoiados no chão pode ser o suficiente para os alongar e consequentemente causar dor.

E todas estas tensões/alterações fazem mal? Podia perder-me a escrever sobre as possíveis condições que podem surgir do uso de saltos altos, todas as “ites” e “algias” de que tanto se fala. Prefiro dizer que usar saltos altos faz tanto mal como qualquer postura/posição que mantenhamos por muito tempo, como estarmos sentados. O ideal é contrariarmos as posturas mais predominantes do nosso dia-a-dia, mantermos o equilíbrio das forças no corpo e diminuirmos as tensões acumuladas e que se exacerbam em determinadas estruturas.

Quer seja mulher ou homem, de saltos ou de rasos, não perca uma dica para ter pés saudáveis, já no próximo post!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Timo, o discreto

O timo é uma glândula do sistema endócrino, como a tiróide, mas é como aquele colega que trabalha discretamente no canto da sala, tão dedicado e competente quanto os outros, tão sossegado que se apequena e ninguém lhe presta a atenção merecida e necessária.

E onde fica? Entre os pulmões e atrás do esterno, o fiel escudeiro do coração. Foi-lhe prestada pouca atenção porque o timo vai diminuindo o seu tamanho quando nos tornamos adultos e, por ter a capacidade de aumentar quando estamos contentes e de encolher quando estamos tristes ou doentes. Como muito do avanço da Medicina ao longo dos tempos foi feito através de autópsias, o timo foi passando despercebido, ou porque os seres autopsiados tinham muita idade, ou estavam doentes, ou andavam tristonhos com a vida.

Mesmo encolhendo na vida adulta, o timo mantém-se perfeitamente activo e tem um papel fundamental na imunidade. É muito sensível a qualquer alteração e rápido a enviar soldadinhos prontos a atacar, em caso de invasão bacteriana ou viral. Também é particularmente sensível a imagens, cheiros, sabores, toques, sons, pensamentos e palavras. E se estes não forem positivos, o timo enfraquece, criando a oportunidade de aparecerem aquelas chatices típicas de quando estamos com as defesas em baixo, como os resfriados ou o herpes, por exemplo.

Como terapeuta, mesmo fora do trabalho, dou por mim, inevitavelmente, a observar as posturas e daí parto para raciocínios clínicos, para a criação de hipóteses, imagino as possíveis dores ou tensões, a má-digestão, a ira ou a tristeza contida, aquilo que o corpo físico deixa transparecer, sem filtro, sem a vergonha de que a mente sofre. 

E quando vejo peitos tão fechadinhos, em que os esternos se afundam, formando um autêntico buraco, onde pode caber uma bola de ténis…ou os esternos tão pronunciados que parecem armaduras defensivas, rígidos, inflexíveis…ou as curvas dorsais muitos acentuadas, a famosa marreca, os ombros rodados para a frente, que fecham o peito e retiram espaço às estruturas lá contidas, ponho-me a imaginar coisas…uma delas é precisamente como andará o timo, apertadinho, apertadinho, preso num caixa torácica rija, sem espaço, mirrado.

Despertou em si a correlação que existe entre a postura e as funções orgânicas? Alguma destas descrições posturais mostra-se-lhe familiar? Então, está na hora de lhe dedicar atenção. Melhorando a postura podemos melhorar a actividade desta preciosa glândula, abrindo o peito, rodando os ombros para trás, criando espaço. Com exercício físico ou com a ajuda de um entendido na matéria. 


Imagem de belos-passaros.blogspot.pt

A vibração também parece ser muito positiva para o timo, há quem sugira umas pancadinhas com os nós dos dedos no esterno ou imagine-se, cantarmos! Gosto particularmente desta sugestão, bem ou mal, levo os dias a cantarolar. Soltem-se os rouxinóis e aproveite-se a Primavera!





quarta-feira, 5 de abril de 2017

O Maravilhoso Mundo da Água

A água é um dos elementos naturais a que mais dou valor. Não só pelo valor óbvio que tem para a existência humana, pelas questões ecológicas ou geo-políticas. Talvez seja uma ligação mais embrionária, porque nasci numa ilha, ou cultural, porque moro numa cidade onde o rio e o mar são cenário constante. Chega a ser tema de piada familiar, por dizerem que curo gripes e afins apenas com água. Ou entre amigas, pelas inúmeras vezes que perguntava, em miúda, na praia, ‘quem quer ir ao banho?’.

Então, lembrei-me de começar pela água e de trazer a história científico-artística de um pensador e pesquisador japonês, Masaru Emoto, e as suas descobertas no maravilhoso mundo da água.
O prodigioso Emoto teve a ideia de congelar água e ver o resultado do congelamento ao microscópio, esperando encontrar algo parecido com os cristais de neve. E o que este senhor e a sua equipa descobriram foi que a água congelada de rios e lagos afastados do desenvolvimento industrial e urbano, formavam belíssimos cristais, de uma definição perfeita e sempre diferentes uns dos outros. Por outro lado, a água congelada de rios e lagos perto de cidades grandes, formaram cristais indefinidos, de formas estranhas, feios.

Bem, até aqui a alteração da estrutura molecular da água, com possível origem na poluição, não causa grande espanto, nem ao maior dos cépticos. Mas Emoto não ficou por aqui e resolveu observar os resultados do congelamento de água exposta a estímulos positivos e negativos, tais como, palavras, imagens, música e orações. E os resultados são absolutamente extraordinários!

Vejam no vídeo alguns dos resultados.



Existem quatro volumes intitulados Messages from Water, onde Emoto publicou uma vastíssima coleção de fotografias de cristais vistos ao microscópio. O seu livro The Hidden Messages in Water foi best seller do New York Times e se quiserem, podem saber mais sobre a sua biografia e pesquisas, aqui.


Como mostra o vídeo e já todos sabemos, a água é o nosso componente maioritário, será razoável admitirmos que estas alterações podem acontecer em nós? Será que partindo dos estudos de Emoto, não deveríamos parar um pouco para pensar o que andamos a fazer ao nosso corpo? Até onde o que sentimos, o que pensamos, o que dizemos, o que ouvimos, todos os estímulos à nossa volta, influenciam a nossa estrutura molecular? Se por brincadeira, colocássemos a hipótese de nos congelarmos, queríamos ser formados por manchas indefinidas e sem graça ou por lindos e bem definidos cristais? Eu gostaria de ser um cristal e vocês?






segunda-feira, 3 de abril de 2017

Um blog?



Eu?! Mas eu nem sequer tenho Facebook, quanto mais expor-me assim num blog? E ela, astutamente, disse que eu tinha sempre coisas para contar, que o facto de gostar de tantas coisas aparentemente desligadas umas das outras, era o suficiente para construir um blog.
A resistência, tentando dominar a vontade, lá continuou, mas as pessoas querem imagens, coisas instantâneas e fantásticas, ninguém tem paciência para ler. E mais uma vez, inteligente e sensível, disse, faz um blog como se fosse só para ti, onde te possas expressar livremente sobre o que te apetecer.
E aqui estou eu, na rede.
Por ser fisioterapeuta, a saúde tem um papel principal nos meus interesses, mas o Alma na Matéria quer ser mais do que um blog de saúde, quer também falar de temas que me inspirem, que me agitem o pensamento ou que possam trazer algo de novo e útil a quem lê.
Espero que gostem, que sigam e que participem!