O primeiro osso que estudei nas aulas de anatomia prática foi a clavícula, e este texto não sendo uma declaração ao primeiro amor anatómico, é uma atenuante por tardiamente me ter apercebido da sua tamanha importância.
A clavícula tem o desenho de um S, é um S quase horizontal, embora se observem umas clavículas deitadas, outras muito inclinadas, indicando que dependendo da nossa postura existe uma vasta possibilidade de horizontalidades das clavículas.
A época da praia é a ideal para a observação destas horizontalidades. Umas mostram-se sem medos, outras mais reservadas deixam revelar apenas uma das extremidades, e outras, mais tímidas, escondem-se entre as camadas de tecidos moles que as envolvem.
A delgada clavícula, mais tímida ou mais extrovertida, é capaz de movimentos simples, que combinados entre si, geram movimentos incríveis. Quando movimentamos o ombro, a clavícula acompanha-o com esta combinação de movimentos, meneando-se como o apoio fundamental de que o braço necessita.
É importante não esquecer que esta sustentação dos movimentos do braço é realizada em parceria eficaz com a vizinha de trás, a omoplata. Mas hoje a clavícula tem exclusividade.
A clavícula também se articula com o esterno, o fiel escudeiro do coração, e uma primeira apreciação anatómica diz que a grande relevância deste osso é fazer a ligação entre o centro do corpo, quando se articula com o esterno, e o membro superior, na articulação do ombro.
Desta união entre a clavícula e o esterno, surge o músculo mais conhecido dos portugueses, o esterno-cleido-mastoideu, que chega até à cabeça. Este é um dos exemplos anatómicos que mostram a dimensão das relações das estruturas entre si, porque se a clavícula e a cabeça não se tocam, a verdade é que se relacionam de uma forma mais directa do que se poderia imaginar à partida.
Para além dos músculos importantes que passam ou têm origem na clavícula, que tanto se podem relacionar com o ombro, quanto com o peito, o pescoço ou a cabeça, este fino osso cumpre outras tarefas igualmente dignas. A clavícula adianta-se e protege uma pontinha do pulmão e o importante tronco de nervos e artérias que seguem pelo braço e lhe dão vida e alimento.
Por esta altura do texto, o paciente leitor deve perguntar-se por que razão a fotografia de uma chave para falar de um osso. Porque a palavra clavícula, originária do Latim, significa pequena chave. Entre algumas versões que tentam explicar o porquê deste nome, escolho as duas de que gosto mais.
A primeira, bastante razoável, porque um dos movimentos de que a clavícula é capaz é de girar sobre o seu próprio eixo, tal e qual como uma chave. A segunda, mais poética, os anatomistas antigos acreditavam que a clavícula seria o primeiro osso a formar-se no feto e o último a decompor-se após a morte física, tornando-se a chave que abre e fecha as portas da vida.
Abrindo ou não as portas da vida, criar espaço entre as nossas clavículas é dar espaço aos pulmões, a nervos e artérias, é alongar o pescoço, é permitir maior amplitude e fluidez nos movimentos dos ombros, é abrir o peito e soltar amor, compaixão e alegria.
Vamos dar à chave?
É importante não esquecer que esta sustentação dos movimentos do braço é realizada em parceria eficaz com a vizinha de trás, a omoplata. Mas hoje a clavícula tem exclusividade.
A clavícula também se articula com o esterno, o fiel escudeiro do coração, e uma primeira apreciação anatómica diz que a grande relevância deste osso é fazer a ligação entre o centro do corpo, quando se articula com o esterno, e o membro superior, na articulação do ombro.
Desta união entre a clavícula e o esterno, surge o músculo mais conhecido dos portugueses, o esterno-cleido-mastoideu, que chega até à cabeça. Este é um dos exemplos anatómicos que mostram a dimensão das relações das estruturas entre si, porque se a clavícula e a cabeça não se tocam, a verdade é que se relacionam de uma forma mais directa do que se poderia imaginar à partida.
Para além dos músculos importantes que passam ou têm origem na clavícula, que tanto se podem relacionar com o ombro, quanto com o peito, o pescoço ou a cabeça, este fino osso cumpre outras tarefas igualmente dignas. A clavícula adianta-se e protege uma pontinha do pulmão e o importante tronco de nervos e artérias que seguem pelo braço e lhe dão vida e alimento.
Por esta altura do texto, o paciente leitor deve perguntar-se por que razão a fotografia de uma chave para falar de um osso. Porque a palavra clavícula, originária do Latim, significa pequena chave. Entre algumas versões que tentam explicar o porquê deste nome, escolho as duas de que gosto mais.
A primeira, bastante razoável, porque um dos movimentos de que a clavícula é capaz é de girar sobre o seu próprio eixo, tal e qual como uma chave. A segunda, mais poética, os anatomistas antigos acreditavam que a clavícula seria o primeiro osso a formar-se no feto e o último a decompor-se após a morte física, tornando-se a chave que abre e fecha as portas da vida.
Abrindo ou não as portas da vida, criar espaço entre as nossas clavículas é dar espaço aos pulmões, a nervos e artérias, é alongar o pescoço, é permitir maior amplitude e fluidez nos movimentos dos ombros, é abrir o peito e soltar amor, compaixão e alegria.
Vamos dar à chave?
Já tinha saudades de mais um, dos muitos artigos que tens escrito, com todas as chaves que tens na tua caixinha de ensinamentos prodissionais, escritos sempre, com muito amor!
ResponderEliminarObrigada, Mummy! Muito querida!
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