terça-feira, 26 de setembro de 2017

Um pouco mais das Cadeias Fisiológicas

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A principal crítica que o meu meio profissional faz às Cadeias é o facto de muitas das técnicas propostas não estarem comprovadas pelo método científico. Mas a verdade é que a base do raciocínio em Cadeias está na observação da anatomia. Não naquela observação de o músculo X vai de A para B e faz tal movimento. Baseia-se na relação entre estruturas, nas interfaces que acontecem entre tecidos de diferentes funções, na continuidade dos tecidos.

Costumo fazer a analogia da anatomia com um mapa de uma cidade. Quantas ruas se continuam num mesmo trajeto, apesar de mudarem de nome? Quantas ruas desembocam em praças de onde saem outras quantas ruas? Não se trata de uma continuação de caminhos?

Os tecidos no nosso corpo comportam-se da mesma forma. Continuam-se. Nos músculos é particularmente fácil de se observar esta continuidade.

E também fazem interfaces, importantíssimas para se entender a descrição de uma dor de um paciente. Por exemplo, um ligamento (um tecido que liga um osso a outro osso) pode fazer interface com um músculo, com um tendão, com um nervo, com um vaso sanguíneo, com um órgão.

Para que o movimento ocorra sem dor e sem limitações, estas interfaces têm de estar livres de tensões, aderências, inflamações. Como se estes tecidos deslizassem uns sobre os outros.

A receita base proposta pelas Cadeias é estar de olhos bem abertos para o livro de anatomia, de espírito aberto na observação do paciente e, sobretudo, correlacionar uma coisa com a outra. Para que serve conhecer uma vastíssima colecção de técnicas se não se raciocina sobre o basilar conhecimento do corpo humano?

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