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A principal crítica que o meu meio profissional faz às Cadeias é o facto de muitas das técnicas propostas não estarem comprovadas pelo método científico. Mas a verdade é que a base do raciocínio em Cadeias está na observação da anatomia. Não naquela observação de o músculo X vai de A para B e faz tal movimento. Baseia-se na relação entre estruturas, nas interfaces que acontecem entre tecidos de diferentes funções, na continuidade dos tecidos.
Costumo fazer a analogia da
anatomia com um mapa de uma cidade. Quantas ruas se continuam num mesmo trajeto,
apesar de mudarem de nome? Quantas ruas desembocam em praças de onde saem
outras quantas ruas? Não se trata de uma continuação de caminhos?
Os tecidos no nosso corpo
comportam-se da mesma forma. Continuam-se. Nos músculos é particularmente fácil
de se observar esta continuidade.
E também fazem interfaces,
importantíssimas para se entender a descrição de uma dor de um paciente. Por
exemplo, um ligamento (um tecido que liga um osso a outro osso) pode fazer
interface com um músculo, com um tendão, com um nervo, com um vaso sanguíneo,
com um órgão.
Para que o movimento ocorra sem
dor e sem limitações, estas interfaces têm de estar livres de tensões,
aderências, inflamações. Como se estes tecidos deslizassem uns sobre
os outros.
A receita base proposta pelas
Cadeias é estar de olhos bem abertos para o livro de anatomia, de espírito aberto
na observação do paciente e, sobretudo, correlacionar uma coisa com a outra. Para que serve
conhecer uma vastíssima colecção de técnicas se não se raciocina sobre o basilar
conhecimento do corpo humano?