quarta-feira, 23 de maio de 2018

Sua Majestade, a Glândula Pineal


Se à hipófise ou glândula pituitária se atribui o título de glândula-mãe, permitam-me atribuir à glândula pineal ou epífise, o título de rainha. Situa-se bem no centro no cérebro, colocando um dedo entre as sobrancelhas é só seguir em linha recta e chegamos à pineal.

A pineal funciona como um olho e capta parte da luz que os nossos olhos não conseguem captar. É através da captação de luz que a pineal produz uma hormona, a melatonina, uma substância capaz de nos induzir o sono. Quando começa a escurecer, a pineal começa a produzir a hormona do sono.

Mas há mais, a pineal capta o magnetismo da Lua, transforma-o e produz substâncias que regulam os ciclos reprodutivos femininos.

Hoje em dia, para grande parte das mulheres, esta relação de um astro com o seu corpo é um tanto estranha, como se fosse algo do passado, algo primitivo. Entre os métodos contraceptivos e as aplicações nos telemóveis espertos, muitas mulheres perderam o contacto com o seu corpo, com os seus ritmos, com as suas sensações cíclicas.

A verdade é que o ciclo da Lua e o ciclo reprodutivo feminino têm, mais coisa menos coisa, a mesma duração. Essa relação acontece porque dentro dos nossos belos crânios existe uma pequena rainha capaz de captar o magnetismo do satélite natural da Terra e transformá-lo em substâncias químicas que estabelecem os ritmos corporais.

Reconheço estas funções do pequeno órgão como algo de incrível, mas a meu ver, o que eleva esta glândula a glândula-rainha, é ser conhecida como o órgão responsável pela interacção entre o homem e o mundo espiritual. É a sede da alma, a porta da alma, dizia Descartes. 

Parece ser através da pineal que nos sintonizamos com o plano espiritual, é a estrutura física, palpável, que através da oração, meditação ou o que queiramos chamar, nos faz conectar com as dimensões não palpáveis da nossa existência.

A glândula pineal torna a nossa conexão com o plano espiritual numa função biológica, que sendo independente de qualquer religião, é tão funcional quanto a nossa restante fisiologia.