O diafragma tem a forma de uma cúpula,
é uma abóbada elástica, que desce e empurra os órgãos abdominais para que os
pulmões se expandam e se encham de ar. Quando a abóbada relaxa, sobe e permite
que o ar saia dos pulmões.
É músculo, mas é um músculo
especial e faz das últimas vértebras dorsais, de quase todas as lombares e das
últimas costelas o seu porto seguro. Por baixo, a abóbada alberga, à direita o
fígado, ao centro-esquerda o estômago, à esquerda o baço, atrás o pâncreas e os
rins. Em cima, conecta-se com as pleuras e o coração.
A cúpula tem orifícios pelos
quais passam, por exemplo, o esófago, que vai desembocar no estômago, a veia
cava inferior que termina no coração, ou a aorta que parte do mesmo e se continua
em todas direções.
Diria que o diafragma é um
músculo muito bem relacionado, é uma fronteira que separa o tórax do abdómen,
uma fronteira aberta onde se cruzam as mais altas patentes do corpo humano.
O orifício do diafragma pelo qual
passa o esófago, o hiato esofágico, funciona como uma válvula que permite a
passagem dos alimentos para o estômago e que impede o contrário de acontecer. Se
o diafragma não tiver uma boa mobilidade, pode perder esta função de válvula e
dar origem a sintomas como a azia ou mesmo o refluxo gástrico.
Para além da função respiratória
e do papel principal na função digestiva, adivinhem com o que se relaciona
intimamente o especialíssimo diafragma? Com a nossa postura.
Um exemplo, o diafragma está
anatomicamente ligado a dois músculos que muito influenciam a região lombar, o
psoas e o quadrado lombar. Estes, por caminhos diferentes, chegam até às ancas
e à bacia. Então, podemos colocar a seguinte hipótese, sintomas de azia e uma
dor na anca ou no fundo das costas podem estar relacionados, podem ter uma
mesma origem, que pode ser apenas uma alteração da mobilidade do diafragma.
Essa alteração da mobilidade do
diafragma pode acontecer por excesso de tensão ou pela sua ausência, como a
relação rigidez-fraqueza que tentei descrever no último texto.
E o seu diafragma como anda? Consegue
inspirar mantendo o tórax relaxado e expandindo o seu abdómen? E expirar lentamente,
encolhendo o abdómen, como se quisesse levar o umbigo até às costas, sem entrar
em esforço?
Se não, tente torná-lo mais
elástico para que as cúpulas rígidas e fixas sejam apenas as das belas basílicas.