sábado, 20 de janeiro de 2018

O Diafragma


O diafragma tem a forma de uma cúpula, é uma abóbada elástica, que desce e empurra os órgãos abdominais para que os pulmões se expandam e se encham de ar. Quando a abóbada relaxa, sobe e permite que o ar saia dos pulmões.

É músculo, mas é um músculo especial e faz das últimas vértebras dorsais, de quase todas as lombares e das últimas costelas o seu porto seguro. Por baixo, a abóbada alberga, à direita o fígado, ao centro-esquerda o estômago, à esquerda o baço, atrás o pâncreas e os rins. Em cima, conecta-se com as pleuras e o coração.

A cúpula tem orifícios pelos quais passam, por exemplo, o esófago, que vai desembocar no estômago, a veia cava inferior que termina no coração, ou a aorta que parte do mesmo e se continua em todas direções.

Diria que o diafragma é um músculo muito bem relacionado, é uma fronteira que separa o tórax do abdómen, uma fronteira aberta onde se cruzam as mais altas patentes do corpo humano.

O orifício do diafragma pelo qual passa o esófago, o hiato esofágico, funciona como uma válvula que permite a passagem dos alimentos para o estômago e que impede o contrário de acontecer. Se o diafragma não tiver uma boa mobilidade, pode perder esta função de válvula e dar origem a sintomas como a azia ou mesmo o refluxo gástrico.

Para além da função respiratória e do papel principal na função digestiva, adivinhem com o que se relaciona intimamente o especialíssimo diafragma? Com a nossa postura.

Um exemplo, o diafragma está anatomicamente ligado a dois músculos que muito influenciam a região lombar, o psoas e o quadrado lombar. Estes, por caminhos diferentes, chegam até às ancas e à bacia. Então, podemos colocar a seguinte hipótese, sintomas de azia e uma dor na anca ou no fundo das costas podem estar relacionados, podem ter uma mesma origem, que pode ser apenas uma alteração da mobilidade do diafragma.

Essa alteração da mobilidade do diafragma pode acontecer por excesso de tensão ou pela sua ausência, como a relação rigidez-fraqueza que tentei descrever no último texto.

E o seu diafragma como anda? Consegue inspirar mantendo o tórax relaxado e expandindo o seu abdómen? E expirar lentamente, encolhendo o abdómen, como se quisesse levar o umbigo até às costas, sem entrar em esforço?

Se não, tente torná-lo mais elástico para que as cúpulas rígidas e fixas sejam apenas as das belas basílicas.