Nunca
ouvi tanta gente dizer que vai, que foi ou que pretende lá ir. Escrevem-se
artigos relativos às ilhas, revistas importantes dedicam-lhes edições
completas, lembrando que são nove, sem esquecer as mais pequenas e longínquas. Juntando
as low-cost e o marketing, a verdade é que os continentais estão a redescobrir
o arquipélago.
Esta pequena declaração é só
sobre a minha ilha, a minha primeira, que é a Terceira.
Na Terceira come-se bom peixe,
alcatra e massa sovada, queijos e massa de malagueta, cavacos e lapas, rochedos
e donas Amélias.
É uma promessa de águas limpas do
oceano para onde nos podemos atirar logo ali e em qualquer lugar. São os tons
de verde e azul em fluorescência, que alternam dependendo da vontade do céu.
São as hortênsias, que mais
parecem obra divina do que espécie invasora, as araucárias e as criptomérias, tanta
beleza prometida. As vaquinhas e os toiros bravos, negros como rochas, serenos
como donos e senhores daquelas terras férteis.
São as festas populares que
juntam tudo e todos em harmonia humana, como numa terra também prometida.
Talvez o Paraíso seja um lugar
assim, ali bem no meio do Atlântico.